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quinta-feira, janeiro 14, 2016

A confusão de João César das Neves.

Na sua coluna "Não Há Almoços Grátis" [1], João César das Neves decidiu hoje escrever sobre "As vítimas  de 'Charlie'". Começou por denegrir a publicação francesa, dizendo tratar-se de um "semanário humorístico extremista e radical, adepto de piadas insultuosas e de mau gosto", e que abusa da "liberdade de expressão para atacar os sectores mais variados da sociedade". Dizer que o Charlie Hebdo é extremista e radical não tem por si só qualquer significado. Quais são os extremos dessa barra com que João César das Neves mediu o jornal? Não sabemos ao certo. E quais são esses sectores da sociedade que são 'atacados' pelo Charlie Hebdo? Segundo João César das Neves são "todos os que não seguem a sua [do Charlie Hebdo] orientação anarquista, ateia e socialmente libertária." Vamos assumir que sim, que o Charlie Hebdo é uma publicação de orientação anarquista, ateia e socialmente libertária. Parece-me que se pode dizer, com uma aproximação razoável, que o jornal 'ataca' quase todos os sectores da sociedade [2]. Mas o que quer João César das Neves dizer quando utiliza o verbo 'atacar'? Ficou também por dizer. Com certeza não fez explodir nenhuma bomba, nem atentou contra a vida de ninguém.

Depois desta negra introdução, João César das Neves presenteia-nos com um parágrafo alucinante, no qual nos passa a seguinte mensagem: do ponto de vista do semanário francês, os ataques terroristas de 7 de Janeiro de 2015 foram a melhor coisa que podia acontecer! Porquê? Porque o fez atingir a fama mundial. Ainda bem que as equipas de marketing dos outros jornais não são da mesma opinião...

As principais vítimas do atentado, segundo João César das Neves, foram os caricaturistas e outros  trabalhadores do jornal. Mas não estão sozinhas no top: a outra vítima principal foi o próprio semanário! Como? Então não foi a melhor coisa que lhe podia ter acontecido? Ah, mas isso depende do ponto de vista: do ponto de vista do semanário o atentado foi muito bom, mas do ponto de vista de João César das Neves (e, segundo o que ele desejaria, do Mundo) o ataque foi mau porque agora os  caricaturistas do jornal satírico "sentem-se justificados para praticar o seu tipo de violência com total impunidade." E que tipo de violência é essa? O mais próximo que João César das Neves nos deixa de uma resposta é quando nos diz que a linha editorial do Charlie Hebdo "sempre foi claramente agressiva, injuriosa, roçando os limites do tolerável numa sociedade livre e democrática." Querem um exemplo? João César das Neves dá-nos uma lista de exactamente zero! Porquê? Não sabemos. Algo evidente é que as caricaturas usadas pelo jornal não são para o gosto de todos. Talvez para o João César das Neves elas sejam agressivas (signifique isso o que significar!) e para mim não. Talvez rocem 'os limites do tolerável numa sociedade livre e democrática'. Desde que não os ultrapassem, estão no seu direito. E se alguma caricatura for injuriosa (e logo, criminosa), a pessoa ou grupo de pessoas que sofreu a injúria tem o sistema jurídico para se defender. Mas o mais provável é que o que vemos aqui seja mais um caso de alguém que olha para as caricaturas já com o preconceito de que são racistas e xenófobas, e não se dá ao trabalho de as tentar entender. Para saber ao certo se é este o caso ou não seria preciso que João César das Neves nos mostrasse alguns exemplos dessas caricaturas de que tanto fala, mas não temos essa sorte!

As segundas vítimas, e desta vez sinto-me em total sintonia com João César das Neves, foram os muçulmanos. Não os 'fanáticos extremistas', mas sim a grande maioria dos muçulmanos que apenas querem viver a sua vida tranquila, e que são cada vez mais alvo de xenofobia.
E depois começámos a dessintonizar... João César das Neves criou um paralelo estranho dizendo que os terroristas 'Saïd e Chérif Kouachi são tão mártires para os seus correligionários como Charb ou Wolinski para os cartoonistas.' Eu não posso falar pelos 'cartoonistas', mas, para mim, nem Charb, nem Cabu, nem Wolinski, nem nenhum dos 12 mortos no atentado terrorista foram mártires. Morreram não a defender uma ideologia, mas a executar o seu trabalho. E se esse trabalho estava de alguma forma ligada a uma ideologia, era uma ideologia anti-racista, como o atestam, por exemplo, o presidente da associação SOS racisme [3], ou o filósofo Russell Blackford [4].

As terceiras vítimas, e voltando a concordar com João César das Neves, foram 'as pessoas moderadas e decentes', que desceram 'mais um passo na espiral da violência.' É um chavão, e é verdade: violência gera violência. (João César das Neves refere-se também, e mais uma vez, à 'violência das caricaturas do Charlie Hebdo, e mais uma vez, eu não sei o que ele quer dizer com isso.)

Depois de nos falar das vítimas, João César das Neves quer-nos elucidar sobre o horror que é o semanário Charlie Hebdo, dizendo que "[n]o Ocidente tornou-se chique louvar, premiar e admirar o Charlie Hebdo, sem dar atenção ao conteúdo das suas páginas." Não! No Ocidente tornou-se chique criticar e denegrir o Charlie Hebdo, sem dar atenção ao conteúdo das suas páginas [5]. Parece-me que concordamos em discordar.


[1] - Diário de Notícias, 14 de Janeiro de 2016.
[2] - França tem uma população de ateus de aproximadamente 4%, por exemplo. Parece-me seguro dizer que o jornal consegue 'atacar' uma esmagadora maioria da população.

quarta-feira, abril 22, 2015

Amnistia e Discriminação

A Amnistia Internacional é uma organização que eu suporto, e que desenvolve um trabalho que considero muito importante por esse mundo fora. Por isso não podia deixar passar este problema. Numa altura em que a animosidade sobre judeus está a aumentar, especialmente na europa, a Amnistia Internacional rejeitou realizar uma campanha para combater o anti-semitismo na Grã-Bretanha, num acto que me parece discriminatório.


Contactei a Amnesty International, mas até ao momento não recebi qualquer resposta tendo recebido a seguinte resposta (reproduzo apenas a parte relevante da mensagem):
At our AGM, after a really interesting debate where  everyone condemned discrimination against all ethnic and religious groups, our membership decided not to pass this resolution calling for a campaign with a single focus.   
The Board of Amnesty International UK did support this resolution and they will be considering the outcome of the vote at their next meeting.

quinta-feira, abril 02, 2015

Lógica homofóbica

Às vezes preocupo-me sobre o estado do país (e do mundo em geral), ao perceber a incompetência e falta de destreza no uso da lógica com que pessoas em cargos de poder lidam com algumas das questões mais importantes para o futuro da sociedade. Segue a descrição de um desses casos.



Nos Estados Unidos da América, no estado do Kentucky é ainda proibido o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A lei está a ser contestada, mas o governador do Kentucky, Steve Beshear, e a sua administração, estão determinados a defender a proibição. Numa resposta dada ao Supremo Tribunal de Justiça, o governador diz: "As leis sobre o casamento existentes no Kentucky tratam homossexuais e heterossexuais da mesma forma, e são neutras. Homens e mulheres, sejam hetero ou homossexuais, são livres para se casarem com pessoas do sexo oposto sob as leis do Kentucky, e homens e mulheres, sejam heterossexuais ou homossexuais, não se podem casar com pessoas do mesmo sexo sob as leis do Kentucky."

Imaginem que a discussão era sobre uma lei que proibia a frequência de sinagogas. Então, o mesmo argumento ficaria: "As leis sobre [sinagogas] existentes no Kentucky tratam [judeus] e [católicos] da mesma forma, e são neutras. Homens e mulheres, sejam [judeus] ou [católicos], são livres para [frequentarem uma igreja] sob as leis do Kentucky, e homens e mulheres, sejam [judeus] ou [católicos], não podem [frequentar sinagogas] sob as leis do Kentucky."

O ponto fulcral da questão é que é apenas do interesse dos judeus poderem frequentar as suas sinagogas, tal como é apenas apenas do interesse dos homossexuais casarem-se com pessoas do mesmo sexo. Ao negarem-se a ter em consideração os interesses dos homossexuais, estão a descrimina-los, numa atitude homofóbica.

terça-feira, março 31, 2015

O não-caso de Margot Wallström e outros politicamente correctismos


Há umas semanas atrás a ministra dos negócios estrangeiros sueca, Margot Wallström, criticou a Arábia Saudita pelo comportamento que o país tem para com as mulheres. Para quem não sabe, na Arábia Saudita, entre outras coisas, todas as mulheres, independentemente da sua idade, são obrigadas a ter um guardião do sexo masculino, são proibidas de conduzir, e apenas podem votar desde 2011 para cá. É também esse o país onde se pode ser condenado a 100 chicotadas, ou à pena de morte por ter uma opinião dissidente.

Seria de esperar que houvesse suporte no ocidente às palavras de Margot Wallström, mas, como nos incidentes com desenhos, tal não aconteceu: Margot Wallström foi imediatamente atacada, quer pela Arábia Saudita, quer por algumas figuras da esfera política europeia. Ao que parece o politicamente correcto ganha sempre...



sábado, maio 04, 2013

Cif pouco limpo...

Então o anúncio é mais ou menos assim: o reino precisa de limpeza urgente, até que chega um esplendoroso cavaleiro com um segredo na manga! Nota-se que este cavaleiro percebe mesmo de limpeza. Por isso só pode ser... uma mulher???

É só de mim ou o anúncio é um bocadinho sexista?

terça-feira, abril 05, 2011

Livros queimados...

As pessoas que me conhecem sabem que não há muitas coisas que eu goste mais do que os meus livros. Escusado será dizer que nunca me passaria pela cabeça queimar qualquer um deles! O reverendo Terry Jones não é da mesma opinião: ele achou que tinha um bom motivo para queimar um dos seus livros.

O Alcorão é considerado sagrado para os islamitas, pois acreditam ser a palavra de Deus revelada a Maomé. Não gostam, portanto, de o ver a ser queimado, seja por que motivo for.

Temos então duas opiniões diferentes, o que pode (e deve) levar a discussões saudáveis (sobre o valor dos livros, sobre o poder da palavra escrita, sobre a possibilidade de grelhar um hambúrguer usando apenas livros como fonte de calor, etc.) O que nunca se deve perder de vista é a liberdade de cada um ter a sua opinião, e o direito de se desfazer dos seus bens da forma que lhe apetecer (desde que não entre em conflito com as liberdades dos outros.)

Em setembro último, Terry Jones ameaçou queimar um exemplar do Alcorão como protesto contra a construção de uma mesquita junto ao local onde se situavam as torres gémeas do World Trade Center, mas foi dissuadido de o fazer. Contou para isso um telefonema do Secretário da Defesa Robert Gates. Ele prometeu não queimar o livro, mas quebrou a sua promessa no dia 20 de março, querendo com isso chamar a atenção para o que ele diz ser um «livro perigoso».

Há já aqui alguns problemas. Primeiro, o fato de Terry Jones querer queimar um livro com o intuito de provocar outras pessoas não é algo que se deva elogiar, mas o real problema é o fato de ele saber que ao queimar o livro iria provocar reações violentas noutras pessoas. Isto é, o fato de alguém achar que deve reagir com violência quando um livro é maltratado. O outro problema, tão grave quanto o primeiro, é o fato de um governo de um país democrático e livre preferir que um dos seus cidadãos se abstenha de se expressar, a lutar para que ele tenha esse direito.

O ato de Terry Jones não foi muito publicitado pela imprensa internacional, mas Hamid Karzai achou que não devia cair em esquecimento, e exigiu que fosse denunciado pelo governo americano como «um ato de extrema intolerância e fanatismo». Como resultado uma multidão enraivecida atacou um edifício da ONU no Afeganistão. A revolta já levou à morte de 12 pessoas.

Não creio que seja preciso falar sobre o problema de matar pessoas por causa de um livro queimado.
Já o problema de um país ter como presidente alguém que se comporta como um Taliban, presidente esse do qual era esperado que alterasse o modelo governamental de um país anteriormente governado por talibans, é algo que não devemos esquecer.
Mais um para a lista negra!

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Anticristo, de Lars von Trier



Como me identifiquei inteiramente com este comentário (que li, no fim de ver o filme), e dificilmente eu descreveria melhor o que senti ao ver o filme, aqui vai uma transcrição do mesmo:


This movie drained me...

Without a doubt the most unpleasant and despairing movie I've ever watched. It's not just the graphic imagery that got to me, but the overall tone of the movie was incredibly dreadful and you could almost feel a presence of some sort of "evil".

This is a hard movie to review. It crosses all barriers when it comes to movie making...ALL. It makes you question yourself about what art is and if there's anything as going "too far"?

But don't dismiss this. It's certainly much more than just being graphic for the sake of it. First off, the cinematography is absolutely flawless. The opening scene had me in absolute awe. Beautiful... And my deepest respect to Willem Dafoe and Charlotte Gainsburg. I could only imagine how much this would drain the actors both mentally and physically. They are amazing and deserve Oscars.

I have to mention the violence too, since it's a critical aspect. This isn't "torture porn" of any kind. It's natural (it's looks almost too realistic), physical sexual violence. That's why it works so effective on the audience. You can almost feel their pain. Never before have I watched a movie where I felt the urge to look away. You would think that, in the end, all this violence and self molestation is just a shock tactic, but I assure you it's not. There is actually a plot and a sensible progression of the movie. I of course won't say too much. People need to see it.

I can understand why some people wouldn't like it, and that's okay. This is most definitely not for everyone.

It may not be a movie that made me feel good, but it made feel something and had an effect on me. It's beautiful, sad, poetic, horrific and in the end, oddly uplifting. A genre masterpiece.

A must see.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Inception


Christopher Nolan tornou-se oficialmente um dos meus realizadores favoritos! O primeiro filme que vi dele foi «Insomnia», que é um bom filme, sobre um crime que quase fica por resolver. Depois vi «Batman Begins», que foi para mim o filme que reavivou a saga Batman, da qual sou seguidor. Devo dizer que Tim BurtonBatman» e «Batman Returns») esteve muito bem, criando filmes com uma atmosfera muito próxima da da banda-desenhada, e deixando muito alta a fasquia para quem quisesse interpretar os papeis de Joker (Jack Nicholson) e de Penguin (Danny DeVito), mas depois, Joel SchumacherBatman Forever» e «Batman & Robin») quase destruiu a série...
A fasquia para quem fizesse o papel de Joker estava elevada, mas foi brilhantemente ultrapassada por Heath Ledger em «The Dark Knight», até há pouco, a obra prima de Christopher Nolan. O filme «Memento» foi-me mostrado pela Carla, e é também muito, muito bom, tratando de um homem que não consegue reter novas memórias. De seguida vi o «The Prestige», e gostei bastante: um filme sobre dois mágicos adversários, numa corrida pelo melhor truque.
Por isso, quando esta semana eu e a Carla fomos ver «Inception», estávamos à espera de algo, nunca abaixo de bom! E não ficámos desiludidos, antes pelo contrário. O filme destronou «The Dark Knight» do topo dos filmes de Nolan. Com um argumento e uma realização fabulosos, é sem dúvida um filme a não perder. O tema são os sonhos, o subconsciente e a ilusão (?) de que vivemos num mundo real.
É de notar o facto de entre os filmes de Nolan mencionados, apenas o argumento de «Insomina» não foi escrito pelo próprio!

terça-feira, maio 25, 2010

Lost revolucionou a caixinha que mudou o mundo

Acabou a minha série preferida de todos os tempos.

Seis anos se passaram, e não é exagero afirmar que é o fim de uma era, isto porque o Lost revolucionou o conceito de ver televisão. O telespectador evolui, deixou de lado o papel passivo de alguém que está sentado no sofá à espera que a sua série passe na tv, para assumir um papel activo na própria construção da história.

Surgiram fóruns e blogues na internet para discutir os mistérios, encontros e até actividades entre os lostmaniacos, com o evoluir da trama aumentava também o interesse dos espectadores que, atentos a qualquer pormenor, se apressavam a discutir as suas ideias, em antecipação ou após cada episódio.

Surgiam então teorias explicativas para acontecimentos que ocorriam na ilha, vindas daqueles que não suportavam esperar, e que os guionistas atentos ao "fenómeno lost fora da tv" alimentavam; surgem jogos que são lançados na net para desvendar alguns mistérios; surgem declarações fictícias no canal ABC de um tal de Alvar Hanso, criador da Iniciativa Dharma, que revela os segredos dos números que Desmond premia… enfim, a série expande-se de tal forma que já não cabe na tv. E assim, Lost mudou para sempre o conceito de ver televisão.

Perdidos e Achados...

Acabei agora de ver os últimos episódios da minha série favorita: Lost.
Foram 6 anos de expectativa, 6 anos a imaginar um fim que ligasse todas as pontas soltas, 6 anos à espera de sentido para toda aquela aparente loucura.
Agora que acabou, não consigo expressar o quão desapontado estou com o final imaginado pelos guionistas. A única maneira de eu me reconciliar com a série é apagar completamente os últimos 10 minutos do último episódio e substituí-los por um final merecedor. E é o que tenciono fazer.

domingo, maio 23, 2010

Professor condenado por injúria.

Em Santarém, um professor de Música foi condenado a pagar uma multa de mil euros (mais custas processuais) por ter injuriado um aluno: o docente usou a expressão "entra lá, ó preto", quando um aluno de 12 anos pediu autorização para entrar na sala de aula.

Podem ler a notícia aqui.

É uma expressão lamentável, e indefensável.

terça-feira, abril 27, 2010

Kick-Ass!

Acabei de vir do cinema. O filme: Kick-Ass!! Para quem gosta de filmes de acção, é altamente recomendado.
Gostei muito. Tenho a certeza que vai ser um dos filmes do ano. Ainda a ler isto? Toca a ir comprar os bilhetes...

sábado, abril 10, 2010

Depois de Depois da Vida...

Acabou agora de dar na TVI o programa "Depois da Vida", com Anne Germain, e foi a primeira vez que vi. Mas, não foi a primeira vez que eu vi alguém fazer 'leitura a frio'! Confesso que a sra. é bastante mais fraca do que alguns 'médiuns' que eu já vi, pois como sabe quem são os seus convidados, nada a impede de fazer um pouco de 'leitura a quente', mas se faz, não se nota muito (deve fazer as pesquisas no Google)!

Desenganem-se aqueles que pensam que a dona Anne ouve os mortos (sim, porque falar com os mortos é fácil!). Mas, não se fiem só nas minhas palavras. Aqui fica um bom vídeo para começar: um especialista em cold reading - Darren Brown.

(Para saberem mais sobre hot reading e cold reading)

(Ah, e se querem saber ainda um pouco mais, vejam o primeiro episódio da priemria temporada da série "Penn & Teller: Bullshit!", que se chama... "Talking to the Dead"!!!)

quarta-feira, março 31, 2010

Mais do mesmo...

A igreja católica, a qual muitas pessoas pensam ser a base dos seus valores morais, defende que um pedófilo, se for padre, deve ser protegido e todas as provas do crime por este cometido devem ser mantidas em segrego, sob a pena de excomunhão para quem não o faça. Isto porque, mais importante do que, em nome da vitima, ser feita justiça, nos tribunais civis, está o juramento de proteger a instituição a que pertencem, a igreja, de qualquer escândalo.
A homossexualidade não é considerada pecado… a não ser que os homossexuais a pratiquem, a homossexualidade não é pecado, mas as práticas homossexuais são. Logo, casar também não é permitido entre pessoas do mesmo sexo, nem pela igreja nem pelo civil, porque casar tem por fim a procriação e, como sabemos, duas pessoas do mesmo sexo não o podem fazer, aliás, não podem fazer sexo sequer, é pecado. Isto porque… Deus disse? Mas que Deus preconceituoso e homofóbico.

quarta-feira, março 03, 2010

Casamento Homossexual e Adopção

Esta semana na revista "Activa" (não, eu não comprei a revista ;-) vinha um artigo com opiniões sobre o casamento homossexual. As opiniões a favor eram de Margarida Rebelo Pinto, Maria João Seixas, Vicky Fernandes e Inês Pedrosa. Do lado do contra estavam Nuno da Câmara Pereira, Isabel Neto e Mário Crespo. É sobre a opinião destes últimos que vou falar.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Andará o D. António Policarpo confuso?...

D. José Policarpo diz que a Igreja jamais aceitará que se chame casamento à união entre pessoas do mesmo sexo!
Pois claro, a igreja fará como entender. Eu só não sabia que a Igreja estava a pensar permitir uniões do mesmo sexo dentro da sua comunidade... Será que anda??? Pois, não me parece... Mas então, de que estará o D. Policarpo a falar? Será do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo? A Igreja não quer chamar casamento ao casamento entre pessoas do mesmo sexo? Será isso? Bom, desde que se limitem a falar uns com os outros, não me parece que isso venha a causar qualquer problema. Por mim até podem deixar completamente de falar português, e começar a falar em latim! Quanto ao resto de nós, e quando se reportarem ao estado laico português, vão ter de falar e usar o nosso vocabulário.
Já agora, aqui fica uma ajuda (tente encontrar a referência à orientação sexual...):

casamento
(casar + -mento)
s. m.
1. Acto ou efeito de casar.
2. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais.
3. Cerimónia ou ritual que efectiva esse contrato ou união.
4. Fig. União, associação, vínculo.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Concerto para dois violinos em Ré menor, BWV1043

Johann Sebastian Bach é um dos meus compositores favoritos.
Se os violinos pudessem falar, se pudessem amar, se pudéssemos ouvi-los enquanto conversavam apaixonados, era assim que soavam...

sexta-feira, janeiro 08, 2010

O casamento do Dr. Diogo Freitas do Amaral

No artigo publicado na revista Visão nº879, nas páginas 38 e 39, o Dr. Diogo Freitas do Amaral esclarece-nos sobre o que é o casamento. Começa muito bem ao dizer que "o facto de a qualificação das uniões homossexuais como «casamento» não existir senão numa escassa dezena de países(...) devia levar-nos a meditar sobre se estamos perante o início de uma evolução irreversível, ou apenas diante de uma moda passageira". Estou de acordo, embora tenha quase a certeza que depois do mesmo tempo de meditação, chegaremos a conclusões diferentes.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Inland Empire

Há uns anos atrás dei por mim a procurar na net alguma explicação para a música "Hotel California", dos Eagles. A banda não parecia muito interessada em dar qualquer explicação (talvez para nos deixar a pensar no assunto), e os internautas lá iam especulando sobre um hotel perdido no deserto, ou um manicómio abandonado. Nunca me passou pela cabeça que o mesmo me fosse acontecer com um filme.
Acabei há pouco de ver "Inland Empire", de David Lynch, e fiquei um pouco confuso. O filme é sobre uma actriz que parece apaixonar-se pelo actor que está a protagonizar um filme com ela, e começa a confundir a realidade com o próprio filme que protagoniza. Mas "Inland Empire" parece ser muito mais do que isso, eu é que não sei bem o quê... Falta alguma coisa que consiga ligar videntes polacas, máfia polaca, prostitutas, coelhos (???), casais adúlteros, maldições... um emaranhado de acontecimentos que flutuam sem rumo aparente.
Mas, quem sou eu para duvidar do mestre.

Como disse a Carla, era bom podermos estar com ele para o obrigarmos a explicar alguns pormenores, nem que lhe tivéssemos de "encostar uma faca às goelas"...

Ah, já me esquecia, se ainda não viram o filme, vão precisar de 3 horas livres (sem intervalo) para o fazer. E não fiquem com esperanças de perceberem... mas, se perceberem, por favor, expliquem-me...

segunda-feira, janeiro 04, 2010

2010

Há uns dias atrás vi na televisão que existe algum debate sobre se 2010 é, neste milénio, o primeiro ano da segunda década, ou o último ano da primeira década. Fiquei a pensar no assunto uns instantes, e apercebi-me que tudo se resumia a saber se o primeiro ano d.C. era o ano '1' ou o ano '0': se o primeiro ano d.C. for o ano '0', então o ano 9 d.C. é o décimo ano, e fecha a primeira década. Nesse caso o ano 10 d.C. é o primeiro ano da segunda década. Se, pelo contrário, o primeiro ano d.C. for o ano '1', então o ano 10 d.C. é o décimo ano, e é ele que fecha a década, sendo o ano 11 d.C. o primeiro ano da segunda década. Em resumo: se existir o ano 0 d.C., 2010 é o primeiro ano da década, se não existir, 2010 é o último ano da década!
Uma coisa que todos aprendemos como certa, é que, por exemplo, do século XVI, isto é, do décimo-sexto século, fazem parte os anos que vão desde 1500 a 1599, inclusive: são cem anos, sendo que 1500 é o primeiro, e 1599 o último. Do mesmo modo, o século II vai desde o ano 100 até ao ano 199. As primeiras décadas d.C. fazem parte do primeiro século (século I), e aqui é que está o segredo: se não existir ano '0', o primeiro século vai desde o ano '1' até ao ano '99', mas se assim for, o primeiro século só tem 99 anos!!!
Ora, como um século tem de ter 100 dias, então o primeiro ano d.C. tem de ser o ano '0', e por isso, como vimos no início, 2010 é o primeiro ano da segunda década do terceiro milénio.