quarta-feira, outubro 28, 2009

Discussões

Algumas discussões começam com um pequeno desentendimento, que leva a a um desentimento um pouco maior, que leva a outro ainda maior... Por coisas muitas vezes insignificantes podemos ficar sem falar com outra pessoa, ou de costas voltadas por algum tempo. Uma situação muito desagradável. Muitas vezes temos a razão do nosso lado, muitas vezes não a temos. Mas normalmente a razão está dividida de uma forma que dificulta a resolução do problema. Eu sou uma pessoa que se irrita facilmente, e sabendo isso normalmente tento dar o primeiro passo para resolver a discussão, pois se é difícil ver quem tem razão quando estámos envolvidos na discussão, a verdade é que quando somos facilmente irritáveis, muitas vezes irritámo-nos sem razão suficiente. E não temos noção disso.
Quando estou numa situação desse género fico a pensar como é possível estarmos chateados por tão pouco, mas a verdade é que estámos, e é muito mais difícil resolver o problema do que "fabricá-lo". Se deixámos chegar as coisas a determinado ponto é porque achámos que temos, pelo menos alguma razão, mas por vezes quando olhámos para o problema com mais calma, sentimos que a razão é pequena comparada com o tamanho do problema. Como resolver as coisas? Conversando. Mas e quando as pessoas não se falam? Conversando.
Só assim.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Infidel


Há livros de que gostamos muito, alguns que lemos mais do que uma vez, e alguns que gostaríamos que toda a gente lesse. Eu leio muito, e por isso tenho muitos livros de que gosto muito, alguns que li (ou espero ler) mais de uma vez, e dois ou três que gostaria que toda a gente lesse: por favor, se ainda não o fizeram, leiam este livro: "Infidel - my life" de Ayaan Hirsi Ali (o título em português é "Uma mulher rebelde"). Garanto que não vos vai deixar indiferentes.
O livro conta, na primeira pessoa, a história verídica da política Ayaan Hirsi Ali. Eu gostaria de vos contar pormenores sobre a história, mas perante o dilema: ou conto pormenores de mais, e vou estragar a surpresa; ou não conto nada e deixo-os(as) tirar as suas conclusões - resolvi-me pela segunda solução!
Não é um livro de leitura fácil! Posso-vos dizer que durante a minha leitura do livro houve momentos em que me senti com muita sorte: por ter nascido deste lado do mundo, e por ser homem! Mas foram esses também os momentos em que senti maior angustia... Todos sabemos que não vivemos num mundo perfeito, mas nem todos temos a noção do quão imperfeito ele é... Eu não tinha, pelo menos tão completamente.
Depois de lido o livro, dei comigo a pensar em quantos sub-mundos existem neste nosso "pequeno" mundo, dos quais apenas nos chegam ecos, muitas vezes distorcidos...
Se não acham que têm tempo para ler o livro, têm outra solução, que em alguns aspectos é ainda melhor (para aqueles que entendem inglês): comprem o audiobook lido pela autora, e ouçam-no durante as viagens para o trabalho.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Texas on fire...

Cameron Todd Willingham era um idiota e mal educado texano, que batia na mulher, mas que era também o pai de três filhos, que amava. Esses filhos morreram num incêndio em sua casa. Os especialistas forenses declararam que a origem do fogo era criminoso, e Willingham foi preso, julgado e condenado por homicídio, e foi executado.
Só que havia um problema: ela não era o culpado! Os especialistas em incêndio eram da "antiga escola", e não tinham o conhecimento correcto de como um fogo se propaga. Especialistas a sério foram mais tarde ao local do crime, e declararam que o incêndio tinha sido, sem sombra de dúvidas, acidental. Nenhuma daquelas três crianças foi assassinada, mas o pai delas foi morto pelas suas mortes.
Mas isso nem é apenas uma parte da história: o juiz John Jackson, foi procurador no caso, e aparece nos vídeos abaixo a admitir que as provas que apontavam para fogo posto eram poucas, e que tiveram de se basear noutros factores para determinar a culpabilidade de Willingham. Quais factores? Willingham era um rufia com tatuagens de caveiras, que gostava de ouvir Heavy Metal. Por isso, era provavelmente um satanista. Por isso, provavelmente matou os seus três filhos.
Esta foi literalmente a base para determinar a culpabilidade de Willingham, que levou à sua execução.
O estado do Texas matou (mais um) inocente, mas os incompetentes que estiveram por detrás deste caso não foram despedidos nem enfrentam nenhuma acusação. Porquê? Supostamente porque não devem ter tatuagens e ouvem música coutry...
Por causa de casos como este, acabem com a pena de morte...