Bruna, uma professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico foi suspensa das suas actividades pela câmara municipal da Covilhã e transferida para outro serviço da autarquia. Qual o seu crime? No exercício da sua liberdade, e durante a sua vida privada posou nua para a revista Playboy.
Gentil Vaz, a vereadora do pelouro da Educação, referiu que a autarquia foi obrigada a tomar esta medida devido ao «alarme social» e ao «ambiente desagradável» que se instalou na escola onde dava aulas. Nessa escola, alguns alunos já trocavam fotocópias e mensagens de telemóvel com as fotografias da professora, e alguns colegas seus começaram a olhá-la de lado.
No final deste ano lectivo o contrato da professora termina, e ela terá de entrar de novo em concurso. Segundo Gentil Vaz, «se ela voltar concorrer não sei se esta situação será tida em conta».
José Pires Garcia, director do Agrupamento de Escolas da Torre de Dona Chama, acha «é preciso tomar uma atitude depressa. Aparecer numa revista sem roupa não é compatível com a função de educadora», e «mantê-la no agrupamento seria nocivo para a comunidade escolar».
Realmente, como é que é possível que esta professora continue a dar aulas, agora que os seus alunos e colegas descobriram que ela é uma mulher?
Alguns alunos trocavam fotografias dela nua? E então? Se não fossem dela eram de outra pessoa. Preocupem-se em ensiná-los a respeitar as pessoas e a sua liberdade!
Alguns colegas começaram a olhar para ela de lado? E então? Se ficaram chocados, isso só demonstra que têm uma mentalidade arcaica. É pena que não tenham sido educados a respeitar as pessoas e a sua liberdade!
Aparecer numa revista sem roupa é incompatível com a função de educadora? Desde quando? Se ela exercesse as suas funções de educadora sem roupa, teria de dar razão ao Sr. Garcia, mas parece-me que não é este o caso.
Mantê-la no agrupamento seria nocivo para a comunidade escolar? Mas esta gente nunca viu uma mulher nua? Nocivo para a comunidade escolar seria se a professora andasse a ensinar mal os alunos, ou se andasse constantemente a faltar. Nocivo para a comunidade escolar é promover a descriminação dentro dessa mesma comunidade.
Tenham juízo.
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