quinta-feira, setembro 04, 2008

Educação religiosa

George Tamarin (psicólogo israelita), fez o seguinte teste a mais de 1000 crianças de escola israelitas, com idades entre os 8 e os 14 anos – o texto descreve a batalha de Jericó constante do livro de Josué:

Josué disse ao povo: «Gritai, porque o Senhor vos entrega a cidade. A cidade será votada à destruição em honra do Senhor, com tudo o que nela se encontra... A prata, o ouro e todos os objectos de bronze e de ferro serão consagrados ao Senhor, e ficarão a pertencer ao seu tesouro»... Votaram-na ao anátema, passando ao fio de espada quanto nela encontraram, homens e mulheres, crianças e velhos, e os bois e ovelhas e os jumentos... Incendiaram a cidade, queimando tudo o que nela havia, excepto o ouro, a prata e todos os objectos de bronze e ferro, que entregaram para tesouros da casa do Senhor.


Depois de apresentado o texto às crianças, foi-lhes feita a seguinte pergunta moral: «Achais que Josué e os Israelitas agiram bem ou não?» As respostas possíveis eram: aprovação total, aprovação parcial ou desaprovação total. Os resultados do teste foram os seguintes: 66% aprovaram totalmente, 8% aprovaram parcialmente e 26% desaprovaram totalmente. Como exemplo, aqui ficam três respostas típicas dadas pelas crianças que aprovaram totalmente:

Na minha opinião, Josué e os Filhos de Israel agiram bem e são estas as razões: Deus prometeu-lhes esta terra e deu-lhes permissão para a conquistarem. Se não tivessem agido desta forma nem matassem alguém, então haveria o perigo de os Filhos de Israel serem assimilados pelos gentios.

Na minha opinião, Josué fez bem em fazer o que fez, sendo uma razão o facto de Deus o ter mandado exterminar o povo de modo a que as tribos de Israel não fossem assimiladas por ele e não aprendessem os seus maus costumes.

Josué fez bem porque o povo que habitava aquela terra tinha uma religião diferente e quando Josué os matou eliminou a religião deles da face da Terra.

De seguida ficam três respostas de crianças que desaprovaram totalmente o massacre genocida:

Eu penso que é mau, uma vez que os Árabes são impuros e, se entrarmos numa terra impura, ficamos também impuros e partilhamos a maldição deles.

Eu penso que Josué não agiu bem, porque podiam ter poupado os animais para seu proveito.

Eu penso que Josué não agiu bem, porque podia ter deixado os bens de Jericó; se não tivesse destruído os bens, eles tinham ficado para os Israelitas.

Ao grupo de controlo desta experiência (composto por 168 crianças israelitas), foi dado o mesmo texto do livro de Josué, mas com o nome deste substituído por «general Lin» e «Israel» substituído por «um reino chinês há 3000 anos». Os resultados foram os seguintes: 7% aprovaram totalmente, 8% aprovaram parcialmente e 75% desaprovaram totalmente.

1 comentário:

Carla Alves disse...

É incrível a influência q o meio exerce sobre as pessoas, principalment na infância.Essa "educação religiosa"extremista, radical, xenófoba, enraiza nas crianças(aquando da formaçao da sua personalidad, na infância e adolescência)sentimentos negativos, q como diz o próprio Dawkins(e q eu só entendi mais tard),são a causa dos males do mundo. Não digo q sejam a causa d todos os males, mas talvez q contribuem enormement para a pobreza espiritual q s vive nos nossos dias. Essa pobreza, q leva as pessoas matar em nome d um Deus, q já queimou mts nas fogueiras pra alimentar mentiras q só a alguns traziam beneficios, q leva pessoas na América d hj, a fechar escolas por nelas s ensinar a "teoria da evoluçao" q vai contra o "criacionismo", q defendem os mensageiros do seu Deus(talvez grande culpa tmb esteja nestes "intermediários"). A verdade é q nunca ouvi tanto como hj a justificaçao d guerras cm causas santas, embora guerras seja algo q acontece desd sempre, como dizia Freud, o ser humano tem uma curiosa predisposição intrinseca para as guerras, embora a justificação divina para estas derive dessa tal "educação religiosa", q na minha opinião, não deveria ser algo determinado a nascensa, pelo meio em q s vive(cristão, judeu, ateu, etc), mas sim fruto duma reflexão individual. Penso q o mais correcto a se fazer, é colocar a mão na nossa consciência, já tão cravada d principios e ideias das religiões dos nosos pais e, tendo em conta a realidad em q vivemos, tomar as nossas próprias decisões, seja sobre questões polémicas como o aborto ou eutanásia, mais pessoais, ou mesmo relativament a questões mais consensuais como uso do preservativo ou pilula.
As nossas decisões devem partir d nos mesmos...